quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Criança de pelúcia

Duas mulheres e duas menininhas ao sol. Uma das menininhas, que mal sabe falar, pede para tirar o vestido (o dia está quente) e a mãe diz: "Olha a fulaninha, ela está de vestido.". Como eu queria que a criança subitamente se tornasse capaz de falar e dissesse: "Foda-se. Quem está sentindo calor sou eu.".
Para essa mãe a criança é como um relógio ou como um animal de estimação. É apenas um adorno de si, ou seja, não importa se a criança está morrendo de calor com tanto que esteja fofinha em seu vestido.

P.S.: Depois de alguns minutos as duas menininhas se amotinaram, abriram o berreiro e conseguiram ter sua reivindicação atendida.

2 comentários:

Novelo disse...

"Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.
Também escrevi em meu tempo cartas de amor,
Como as outras,
Ridículas.
As cartas de amor, se há amor,
Têm de ser
Ridículas.
Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram
Cartas de amor
É que são
Ridículas.
Quem me dera no tempo em que escrevia
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.
A verdade é que hoje
As minhas memórias
Dessas cartas de amor
É que são
Ridículas.
(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.)"
Alvaro Campos

Obtido em "http://pt.wikisource.org/wiki/Todas_as_Cartas_de_Amor_s%C3%A3o_Rid%C3%ADculas"

Bruno Costa disse...

Caso elas tirem o vestidinho lindo, pra quem a mamãe irá mostra-las?
Vaidade, é tudo vaidade...